01/07/2011 Ex-líder estudantil nos duros anos 60, ex-preso político, ex-banido pela ditadura militar, ex-fundador do PT, deputado federal constituinte em 1986, reeleito em 1990, duas vezes candidato a governador do Rio e uma a senador, Vladimir Palmeira, doutor em História e professor, deixou esta semana o partido em razão da volta a seus quadros do ex-tesoureiro Delúbio Soares, apontado como tesoureiro do mensalão. A carta de desfiliação de Vladimir Palmeira merece ser lida na íntegra. É documento histórico. Ele não permanece no PT "pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica". Pela questão moral, diz ele, "porque é evidente que houve corrupção: não se pode acreditar que um empresário qualquer [Marcos Valério] começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido." Para Vladimir Palmeira, "a volta de Delúbio faz com que todos [no PT] se pareçam iguais". A íntegra da carta, dirigida ao presidente do Diretório Municipal do PT do Rio de Janeiro, Sebastião Alberes Lima, é a seguinte: "Ao Diretório Municipal do PT-R.J. Meu caro Alberis, (sic) Venho, por meio desta, me desfilar do PT. Não o faço por divergências políticas fundamentais, embora minha carreira minoritária seja de todos conhecida. Sempre me coloquei mais à esquerda da linha oficial, mas nada que, nas circunstâncias brasileiras, me levasse a deixar o partido. No entanto, a volta ao partido de Delúbio Soares, justamente expulso no ano de 2005, me impede de continuar nele. Pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica. Pela questão moral porque é evidente que houve corrupção: não se pode acreditar que um empresário qualquer começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido. Exigiria retribuição, em que esfera fosse. O procurador federal alega que são recursos oriundos de empresas públicas, sendo matéria agora do STF. Mas alguma retribuição seria, ou a ordem do sistema capitalista estaria virada pelo avesso. Pela questão política porque o PT assumiu um compromisso com a sociedade, quando apareceram as denúncias: o compromisso de punir. E sustentamos que punimos. Punição limitada, na opinião dos petistas do Rio de Janeiro, que por seu DR [Diretório Regional] pediram mais dureza, ao mesmo tempo que apontavam o caminho da Constituinte exclusiva para a reforma política imprescindível. Punição limitada, repito, mas efetiva. Pela questão orgânica, porque o ex-tesoureiro não só agiu ilegalmente com relação à sociedade, mas violou todas as normas de convivência partidária, ao agir à revelia da Executiva Nacional e do Diretório Nacional. A volta de Delúbio faz com que todos se pareçam iguais e que, absolvendo-o, o DN [Diretório Nacional] esteja, de fato, se absolvendo. Ou, mais propriamente, se condenando, ao deixar transparecer que são todos iguais. Não creio que o sejam. Já tinha definido que sairia caso o ex-tesoureiro voltasse. Mas, em primeiro lugar, tive que advertir amigos e companheiros mais próximos, sob pena de lhes causar embaraços. Por outro lado, o governo Dilma entrou em crise, em função das acusações contra Palocci. Sanada a crise, comunicados os companheiros, posso, afinal, lhe entregar esta carta. Mando um abraço para você e para todos os que, dentro do PT, lutam por uma sociedade mais justa. Rio de Janeiro, 27 de junho de 2011. Vladimir Palmeira" Tags: Delúbio Soares, desfiliação, PT, questão moral, Vladimir Palmeira "É evidente que houve corrupção", diz o petista histórico Vladimir Palmeira ao deixar o PT em protesto contra a volta de Delúbio
Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "Daumload" nos
Grupos do Google ou alguém enviou um email encaminhado dele.
Para postar neste grupo, envie um e-mail para daumload@googlegroups.com
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para
daumload+unsubscribe@googlegroups.com
Para ver mais opções como inscrição, visite este grupo em
http://groups.google.com.br/group/daumload?hl=pt-BR?hl=pt-BR
0 comentários:
Postar um comentário